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A Entrega

(Autoria poesia e fotografias: Márcia Homem de Mello)

em agosto de 2019

Faz sentido a sua abstenção.

Cultivas o ciúme e as chagas;
O ceticismo e a resistência;
Nulidade e quietude.

Desconfias do que sentes
E tens razão.
Esse sentir não é verdadeiro.

Eu sabia, avisei-te.
Ainda não sentiste o quão profundo;
Seguro e fiel é esse porto.

Nessa imensidão de sentir,
Nem espaço há para os
Desprovidos de bondade.

Crer e se deixar guiar pelo coração,
Isso realmente não é para os debilitados,
Aos que ainda arrastam ferros.

A sensação de tranquilidade interior,
Talvez nem estejas preparado.
Precisas deixar ir.

A tal felicidade existe!
Ah! Existe, independente de outrem.

Admiração, respeito, paciência, escuta;
Ternura, afago, abraço, desejo;
Descontrole é permitir a entrega.

Algum dia, assim desejo;
aceitarás o benefício.
Compreenderás que comandar cansa.

Se Permitirá então a entrega.
Pois, o comodismo não lhe dará o conforto,
A alma precisa de descanso.

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