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Aquele

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em julho de 2019

Fico aqui criando respostas, porque as que me deste, não me convencem.
Talvez porque eu não queira acreditar no “não” recebido.

Mas, talvez eu devesse!
Será amor esse que fere, exclui e segrega?
Se recolhe, não dialoga, não compartilha...
Isso não pode ser amor!
Não é o que me apresentaste ao ver-te.
Estamos distantes e não é pela geografia, mas pelos sentimentos opostos que alimentamos.
Querer e não poder, não é novidade, assim como a frustração que acompanha.
Então, porque essa dor é tão agonizante?
Será a dor do vício? A mesma que sente aquele em abstinência?
Isso não é amor!
Amor é paz, luz, calmaria, essa que senti ao ver-te.
Ensina-me a facilidade do desapego, a virar página e fechar o livro. 
Ensina-me a conquista dessa paz, a caminhar sem olhar para trás. 
Ensina-me a ser assim tão confiante, a certeza da decisão. 
Ensina-me a frieza de continuar, a não sentir. 
Como aprendo a ser assim? Não quero ser assim!
Isso nunca será amor!
Amor é apego com liberdade, é a confiança no real sentir do verdadeiro. Aquele…
Amor é dar sem receber, é ter sempre um novo capítulo para escrever. Aquele…
Aquele que conheci ao ver-te.
Preciso saber como retirar, enfiar a faca, arrancar do peito.
Preciso compreender que sentimento não morre assim.
Preciso descobrir como caminhar sem sonho para sonhar.
Andarei como os zumbis, enquanto houver sangue circulando.
Mesmo sabendo que isso não é amor…
Pois, aquele, ao ver-te… Segue como o amor mais puro.

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