Há 25 anos ouvi um professor dizer:
— “O amor não exige nada em troca. Você ama e pronto.”
— “Como assim, professor?”
Hoje queria poder agradecer ao mestre.
Não é que ele tinha razão?
Foi preciso maturidade e não pular lições.
Não cabular aulas.
Enfrentar provas e até as recuperações.
Se fazia sol, caminhava feliz como faz o girassol.
Se chovia, aproveitava para andar descalça.
Se era ventania, fechava os botões e desafiava o frio.
Construir mais de 50 anos.
Não é sorte, foi espinho.
Não é prémio, foi luta.
Não é facilidade, foi conquista.
Não é sabedoria, foi sofrimento.
Crescer transforma rebeldia em aceitação.
Não com os outros, pois, a compreensão é de si.
Nos tornamos mais solitários, é verdade.
Queremos correspondência, mas acolhemos o não.
A qualidade recebe outra magnitude.
Já a quantidade, perde importância.
O recheio é de amor, felicidade e gratidão.
Então, atenção a placa de PARE.
Não avance caso não esteja pronto para ser amado, feliz e grato.
Se não souber gargalhar, ver belos detalhes e compartilhar.
Falar mais sobre o bem, o bom e o prazer.
Desejar ser leve, sem apegos e de alma liberta.
A conhecer, compreender, praticar, ensaiar, aceitar, 
Rir dos próprios erros e defeitos,
Pois, a evolução é contínua.
Enfim, quando não quiser mais os pesos do passado.
Descobri que só ama quem aprendeu a perdoar.