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Declínio

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em julho de 2019

Nos lençóis...
Lá fiquei, sem os seus braços,
Congelada, fria.
Assim como o meu pranto 
Que molhava o travesseiro com o seu cheiro.
O seu Benjamim, adormecido…
Deixas-te ali a representação da fragilidade,
Da sua e da minha.
Quando voltas, frio, 
Também já era o abraço, abria o primeiro corte,
Em você e em mim.
Mal cicatrizado, segue-me lembrando prazeres que não vou ter.
Os carnais? Não! Esses tenho quando bem entender.
Ali havia sido erguido um muro.
Só agora me dei por conta.
No mesmo instante que o ergues,
Inicio sem me perceber, o declínio.
Já não estava na cama,
Afogava-me em emoções.
Anestesiada.

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