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Desilusões

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em setembro de 1999

Pessoas chegam, se aproximam, seduzem, encantam,...
Conquistam o território, invadem o espaço, ultrapassam limites,...
Com palavras em poemas, com gestos em encantos,...
Com experiência amadurecida, ganham nossa confiança,...
E tudo isso é feito com nossa aceitação, permissão,...
De repente, por encanto, tudo perde o encanto,...
A conquista já foi feita, o objetivo alcançado,...
Perdeu a graça? Perdeu a confiança? Perdeu a sedução?
É, ultrapassou limites... Experiência infantil... Gestos traidores...
Poemas frios... Gestos desprezíveis... Pessoa se foi...
Perdeu-se na sua própria sedução. 
Abraçou elos demais sem ter braços para alcançar.
Feriu, marcou lembranças que cicatrizam, mas não se apagam.
Ensinou, foi professor, numa lição sádica, cruel, atroz e egoísta.
Foi um prazer conhecer e viver.
Um desprazer saber que era mais um personagem, mais um entre muitos já conhecidos.
Passou a fazer parte de um roll que tanto criticou. 
Usa, usou, continua usando pessoas, serás também muito usado.
Tens filhos, não pensas nele como um dia eu fui capaz de pensar.
Eles te darão a lição mais dolorida de sua vida.
Perdi um amigo, um grande cara... 
Mas ele não era real, foi sua fantasia, que você não pode sustentar.
Eras escritor , se transformou em inspiração.
Decepções machucam demais, quem chora mostra sensibilidade. 
Quem causa decepções, não chora, mostra a falta de sensibilidade. 
Desilusões às tive, Desilusões às terá.

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