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Despedida

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em agosto de 2020

Pode ser triste conhecer o amor dos amores, 

o que não cobra,

o que aceita,

o que respeita.

Aquele dos mais leves de sentir.

Nunca poder apreciá-lo a dois.

Nem sequer ter a hipótese

de apresentar a imensidão desse sentir.

Nem percebes que poderia ser a tua cura,

o seu cicatrizante.

Minha nossa! É enorme, precisa do destinatário!

Já não sei se devo acender, mais uma vez,

a chama da vela que insistentemente apagas.

Compreendo os seus temores, as suas desilusões...

Foste tu que semeaste, mesmo sem rega, resistiu.

Não morre por ti, vai viver por mim.

Mesmo sem espera, 

Mesmo na rejeição,

Mesmo que o tema,

Mesmo com as frustrações,

será o sentir mais belo

que carregarei.

Quando eu partir, 

Saiba que foi muito amado por mim, verdadeiramente.

Que as muitas linhas desse amor, foram para ti.

Saiba que a sua liberdade é justa.

Saiba que a minha prisão é feita de imensidão.

Vá, não sei onde buscas a sua felicidade.

Na verdade, não sabes o que é,

Ninguém conseguiu apresentá-la.

Como seria possível, diante de tanto pânico?

És o primeiro a desviar os olhos,

Temes virar uma estátua de sal?

Pois, a fuga de fragilizar que tanto temias,

Endureceu-te para o amor romântico.

Destes troféus e vitórias as vilãs,

ao condenar a mocinha e a ti.

As minhas congratulações, as vilãs,

Fizeram um bom trabalho. 

Isso não é um adeus de partir.

Só preciso parar de olhar nessa direção.

De agora em diante, sigo sem adeus,

desnecessário, já mo destes.

Não há mágoa, rancor ou tristeza para aonde vou.

Nem haverá novos amores.

Fico com o que já vive em mim.

Sem esperança, 

Será apenas para mostrar as vilãs,

Que de mim, não hão de levar nem prémio de consolação.

Despeço-me,

com amor...

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