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Direção

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em maio de 2004

Assumi a direção da minha vida.
Passei por ruas estreitas,
Alcancei avenidas largas.
Passei estradas arborizadas.
Entre uma subida e descida,
Vários cruzamentos,
Indecisões e decisões.
Apesar da sinalização,
Teimava na mão única.
Percebi numa esquina,
Que dirigia só.
Você estava numa rua paralela.
Entrei num túnel, trânsito,
Curvas perigosas, ultrapassagem,
Velocidade máxima.
Até que decidi!
Era hora da parada obrigatória.
Obras precisavam ser feitas,
Respeitar a altura, a sinalização.
Perceber as transversais,
O estreitamento, a bifurcação.
Respirei fundo, fui à rotatória,
E vi uma alameda linda,
A preferencial era toda minha.
Haviam pessoas na calçada,
Na praça, nunca as tinha notado.
Uma ponte!
Você do outro lado.
A via sem entroncamentos,
Me guiava em sua direção.
Não é politicamente correto,
Mas vamos em mão dupla,
Pelos caminhos sinuosos.
Esperando encontrar outros
Retornos, estacionamentos,
Pontos de parada para reflexão.
É preciso usar o retrovisor,
Para guiar com segurança,
Não esquecendo por onde passamos.
A sinalização pode sumir!
Mas a memória passada, não.
O ponto de referência
É o que me trará de volta a você

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