top of page

Girassol

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em agosto de 2021

Clítia, flor do sol, esqueceste de olhar para dentro.

Tudo aquilo que viste nele, havia dentro de si!

Força;

Vitalidade;

Dignidade.

Era tanta altivez, que não imaginou isso em si também.

Voltou os olhos para o calor, eu entendo-lhe.

A sua lealdade foi recompensada, ficou para sempre iluminada.

Felicidade!

Pode descansar ao anoitecer, ter o sol ao amanhecer.

Não se importe em não ter, seja o próprio sol.

Os seus cabelos e pele, trazem o tom dourado-prateado.

Metamorfoses.

Clítia, as suas lágrimas, fortaleceram as raízes.

Devia ter notado as abelhas, as borboletas, a natureza.

Perder é lição, jamais uma punição.

Ciclos.

Pobre do Helius, que se obrigou a ser só luz.

Desconhece o descanso, o repouso, é uma estrela central.

A sua volta, muitos corpos; ao centro, está sempre solitário.

Reinado.

Não é possível nem admirá-lo, traz cegueira a quem tenta.

Certo dia, poderá decidir sumir, matará o universo de frio.

É aquele que mata e morre, incapaz de viver feliz.

Clítia.

És girassol, a flor, a semente, o alimento.

Sem si, ficamos tristes, sentimos falta, mas não morremos.

O que deixas em nós, a cada ciclo, é a beleza de ser e estar.

Sorrimos.

A cada volta da primavera, queremos tocar-lhe.

Apreciamos a sua oferta, deliciosa, germina.

Admiramos um iluminado campo de girassóis.

Calor.

17903704046017647.jpg
bottom of page