A escrita e fotografia terapêutica
(Autoria: Márcia Homem de Mello)
em março de 2024
Não julguem sem antes oferecer a escuta.
Não cobrem de nós, o que deveria ser reciprocidade.
Não finjam inocência diante de uma longa, longa história.
Não cansem os nossos ouvidos, com discursos superficiais.
Não queremos ser guerreiras e heroínas, mas a paz e o descanso.
Não manipulem com frases bonitas, porque preferimos as atitudes.
Não nos deem flores, sem que venham acompanhadas de humanidade.
Não ofereçam jantar à luz de velas, se antes de dormir, vão partir a louça.
Não temam aquelas que vieram ao mundo, mas a tua própria insegurança.
Não use o seu privilégio histórico contra nós, desconstrua-o junto aos seus.
Não queremos a igualdade de género, exigimos por direito e merecimento.
Não falem em diferenças físicas, se desconhecem as igualdades emocionais.
Não fujam das responsabilidades, compartilhem tarefas sem precisarmos pedir.
Não ignorem o nosso avanço político, histórico e moral, ainda faltam muitas pautas.
Não percebe o que acontece aqui? É a consequência da sede dos olhos e dos ouvidos.
Não pleiteamos os vossos lugares, reivindicamos a vida livre, como as vossas sempre foram.
Não perderemos mais um único momento de fala e de posicionamento contra a intolerância.
Não tencionem nos impor limites que não autorizamos. Pretendemos a igualdade em Ser Humana.
Somos fortes, sim! Guerreiras, heroínas, cheias de vida, de emoções, sensibilidade, brilho nos olhos.
Não voltaremos nem um passo atrás. Aí reside a beleza de ser quem somos. Nascemos para Ser MULHER.