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Muralha

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em agosto de 2019

A guerra acabou.
Dessa vez, ergui uma muralha.
Preparei-me para não sofrer nova derrota.
Não descer mais ao poço das lamentações.
Chega de necessitar de armas;
De trocar de armadura;
Perder batalhas por errar a comunicação.
Sem soldados! A altura servirá!
Confrontar-me tantas e tantas vezes…
Já nem quero mais sair.
Aqui viverei do pouco que plantar.
Serei mais seletiva com as sementes.
Deixei sem teto o claustro…
Apreciar o nascer dos dias, a morte das estrelas.
Um belo motivo para passar o tempo.
A natureza não fere quem dela cuida.
Quem sabe o beija-flor visite-me;
A borboleta não se intimide com a altura;
O bicho preguiça não vencerá esse desafio.
Estarei pronta para os rastejantes; 
Já não os temo.
Daqui em diante, terei paz.
Portas? Não! Janelas? Não! 
MURALHA!

Fotografia_de_Márcia_Homem_de_Mello-1537
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