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Parvo

(Autoria: Márcia Homem de Mello)

em julho de 2019

Criei defesas intransponíveis.
Causadas por vivências que nem eram as imaginadas.
Vem a vida esfregar-me na cara o que perdi.
Uma ferida escarnida…


Será para sempre sem jamais ter sido.
 

O único abraço,

as únicas mãos que continuam na minha pele.
Um calor que não some dos meus lábios.
Perfume entranhado na lembrança
Dos dias mais perfeitos com imperfeições
Completamente descartáveis!

 

Obstáculos saltados.
Sentimento devorado.
Medo estúpido.
Crença injusta.

 

Corta a minha carne
Com a falsa justificativa
Da posse não concluída!

 

És completamente parvo
Por não perceber o mais óbvio.
Já me possuías em pensamento.

 

Hoje, possuis-me em afeto.
Desfrute, usufrua, embrenhe-se mata adentro.
Porque o seu gozo, não é o meu troféu.

Fotografia_de_Márcia_Homem_de_Mello-4505
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