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A INTERNET TORNA A PESSOA DEPENDENTE?
É preciso cuidado com as diversas utilidades da rede mundial de computadores podem favorecer 
Por:  Rodrigo Herrero - Site Rabisco.com.br

Sentado em frente da tela do computador costumo passar a maior parte dos meus dias. Trabalho num site e fico conectado o dia todo atrás de pesquisas para escrever notícias, notas e reportagens para o local que trabalho. Chego em casa e ligo o PC para ver se chegou algum email e aproveito para bater papo com alguns amigos no MSN Messenger e ler informações em algum site. No final de semana, assim que retorno do curso de Inglês me encaminho direto ao computador para finalizar esta matéria que escrevo a vocês e, também, aprontar uma reportagem para o meu emprego. Essa minha rotina de vida já não é novidade para muitas pessoas que possuem acesso à internet em suas casas e, também, trabalham em terminais de computador e necessitam fazer pesquisas, seja por lazer ou mesmo a negócios.

A internet virou uma ferramenta preponderante para os que possuem condições de acessá-la. Isso porque, no Brasil, o número de pessoas conectadas à rede mundial de computadores é pequeno. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, realizado em 2003, apenas 15% possuem computador e desse número, metade tem acesso à internet. Mas, entre os que têm tal privilégio, a dependência é grande, quer você perceba ou não. Pagar contas no banco ou pela internet? Fazer compras no supermercado, livrarias, lojas de CD ou pela internet? Enfim, os exemplos são inúmeros e mostram a relação interligada que os seres humanos possuem hoje com esse meio de comunicação. 

As pessoas passam tanto tempo “navegando” e não percebem as coisas acontecendo além- computador, um mundo repleto de eventos tão ou mais interessantes. Mas essa percepção de interessante não é compartilhada por todos. Para muitos a internet tem mais novidades que o mundo em que ela existe. É quando a aparente dependência pode, na verdade, mascarar um vício. 

A estudante Maria Antônia (nome fictício), 20, acredita ser viciada na internet e permanece várias horas no MSN Messenger conversando com amigos, respondendo emails e acessando a rede de relacionamentos Orkut e blogs de conhecidos e de pessoas que nunca sequer conversou. “Eu sinto a necessidade de todos os dias entrar na internet mesmo quando não há nada para fazer nela”, conta. Maria Antônia diz que sempre quando está no micro procura saber se chegou alguma mensagem em seu Outlook Express. “Tenho mania de apertar o ‘Enviar/Receber' várias vezes, mesmo tendo o alarme de aviso ativado”, afirma. 

Já o operador de telemarketing , Janderson Bueno, 22, acessa suas contas de email apenas uma vez ao dia e não sente necessidade de fazê-lo sempre. O ponto fraco dele, admite, está nas lan houses, onde as pessoas podem participar de diversos jogos eletrônicos em rede ou apenas acessar a net. Ao menos uma vez por semana, Janderson vai a um desses estabelecimentos. “Já fiquei umas 8 horas lá dentro”, revela. 

As lan houses recebem crianças e adolescentes aficionados por esses jogos, que são, em sua maioria, de estratégia e guerra. “Nos horários de pico eles [as crianças] ocupam 80% do espaço. Já vi mães tirarem garotos à força, dizendo: ‘Você está aqui há mais de 10 horas'”, relata. 

Um dos problemas levantados por psicólogos é a interferência da internet no convívio social. “Freqüentemente chego atrasada em compromissos por perder a noção do tempo enquanto eu converso no MSN ”, afirma Maria Antônia. Quando vai para algum encontro, ela procura dar uma “passadinha” numa lan house para conversar com amigos neste programa de diálogo virtual da Microsoft, o mais utilizado atualmente. “Mas não é freqüente”, ressalva. 

No entanto, a psicóloga Márcia Homem de Mello diz no artigo “Como saber quando passamos dos limites?”, publicado em seu site, que a internet não é um vício ameaçador, colocando-a como algo a mais a fazer parte de nossas vidas, sendo passível escolhê-la como ferramenta ou não. “Os recursos de bate-papo são muito ricos e úteis quando utilizados de forma adequada, sem prejudicar o andamento da vida de cada um”, afirma. 

Segundo a psicóloga, a internet só tem a facilitar a vida das pessoas, possibilitando uma sobra de tempo maior para fazer outras atividades. Márcia atesta que a internet colocou um grande número de pessoas em contato com um mundo novo. “Sobreviver sem a internet é difícil depois que se percebe as inúmeras facilidades de que dispomos”, diz. 

Para ela o problema do “vício” é ocasional, provocado no início pelo conhecimento dessa novidade e pela velocidade do surgimento de novos programas, sites ou atividades, que tende a diminuir com o maior contato com o meio digital. “Por causa desta rapidez, existe uma necessidade veloz de se informar e instruir melhor os usuários”, coloca. 

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