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"Cybereporter" 

Por: Leandro Simões - Repórter da Revista Playboy


Alguns esclarecimento sobre a matéria. Esse Repórter estava realizando uma matéria para a revista Playboy, especial de 25 anos. Essa matéria incluía ficar trancado num apartamento durante 30 dias, comprando serviços pela Internet. Porém, não fui procurada pelo profissional repórter. Abaixo 2 textos, o primeiro é um trecho da matéria na revista impressa, em seguida, um texto do site http://www2.uol.com.br/playboy/cybereporter disponível na época em que o repórter estava "fechado" no apartamento e fazia um diário contado suas atividades do dia. 
Boa Leitura, Márcia Homem de Mello 

 

"......e antes não tivesse conseguido contatar a maldita terapêuta de shiatsu e moxabustão via internet, que deixou minhas costas com a aparência de solo lunar e fez o que sobrou da minha alma sair do corpo, tamanha a dor " .( aqui  tem uma foto com as costas marcadas e a legenda: terapeuta cadastrada no www.terapias.net). "Hoje o nome dela não consta mais. Em compensação me consultei gratuitamente com uma psicoterapeuta on line que me motivou a cumprir o projeto com alegria mesmo depois da surra. Foi uma hora de ICQ, ela me provocou dizendo que eu poderia sair do apto "posso mas quero chegar até o fim". A consulta foi marcada no www.homemdemello.com.br/psicologia".

4 de JULHO
Minha casa recebeu inúmeras visitas ilustres hoje. Feiticeira, as S(c)heilas do É o Tchan e Déborah Secco. Gostaram tanto da casa que resolveram ficar e nem tiraram o biquini. 
As S(c)heilas gostaram mais da sala, ao lado da TV, mas andam meio cansadas com a maratona de shows e não se mexem desde que chegaram. A Feiticeira não gosta de ficar sozinha e preferiu me fazer companhia aqui no escritório, junto com a Tiazinha, que me visitou ontem e está ao meu lado até agora, chupando o dedo médio. Ofereço comida na boca, camiseta para espantar o frio, mas as duas fingem que não ouvem. Já Déborah Secco, caseira que é, vai me dar uma mão na cozinha. Que, aliás, está precisando de um bom balde com esfregão. 
Outra visita foi rápida, mas deixou um presente que dei a mim mesmo. Esse arranjo de flores em cima da CPU do meu computador foi encomendado via internet e já cumpriu seu objetivo, que era alegrar um pouco mais meu escritório. 
Recebi até visita virtual hoje. Durante uma hora me consultei online com uma psicoterapeuta. Apesar de inúmeras ressalvas que recebi de profissionais da área, admito que gostei. Foram dois os principais pontos discutidos. Quis entender melhor por que as pessoas tem um prazer em me acompanhar pelas web-cams e pelo site, atualizado diariamente. Ela me fez admitir que também sou um pouco voyeur e me pego às vezes bisbilhotando a vida alheia, portanto, que compartilho da atitude da maioria das pessoas. Inclusive de você, que está lendo este cyberdiário neste momento - já parou para pensar nisso? 
Outro ponto me fez sair do teclado ainda mais animado. No final da sessão, ela me fez provar pra mim mesmo que eu jamais jogaria a toalha para o projeto. A psicoterapeuta disse que nada me impediria de sair de casa e chutar o balde. Que eu poderia destrancar a porta e sair pela rua, só bastava querer. Eu disse que não podia. Ela disse que sim, eu podia. Nesse momento eu fiquei bravo e disse que podia, porque não QUERIA jogar tudo por terra. Ela me interrompeu (se é que isso é possível via ICQ) e me fez ler de novo o que eu havia escrito. Caí na real e vi que estou querendo muito cumprir o objetivo do projeto com sucesso e não decepcionar quem acreditou em mim desde o começo. Querendo e gostando de estar aqui, pois crescerei bastante com a experiência, estranha sim, mas que poucas pessoas terão a oportunidade de ter - pelo menos no futuro próximo.. 

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