top of page

Internet e Informática: 

Um Novo Campo de Trabalho, Uma Nova Ferramenta
Por: Márcia Homem de Mello© - Publicação Psiconews 10/1999

Com a chegada das novas tecnologias de comunicação, se faz necessário um aprimoramento dos profissionais de saúde mental. Para entender a linguagem, comportamento e atitudes dos nossos clientes que utilizam todas essas inovações, é preciso vivenciar e conhecer todas as possibilidades da tecnologia avançada. Inclusive para poder desmistificar algo que o cliente traga e que não seja possível, ao invés de ficar com dúvida ou com cara de: "do que ele está falando?"

A Informática e a Internet, já amplamente utilizadas pelos profissionais de saúde mental do mundo todo, começam a ser amplamente utilizadas no Brasil também. Com a informação que chega através da Internet, agora fica mais fácil o profissional se manter atualizado com os profissionais de outros países. Dessa forma, se estudar era importante para se manter atualizado com as teorias, agora é necessário correr atrás do tempo perdido na área do profissionalismo, pois nossos clientes não estão ignorando esse avanço.

Utilizar a Internet e a Informática como meio de trabalho, já faz parte do mundo dos profissionais de saúde mental. Oferecer consultoria, atendimentos/aconselhamentos on-line ou via e-mail, vídeo conferências, encontros/congressos, palestras, workshops, cursos,... são algumas das possibilidades de atuação. Publico alvo? Mães/donas de casa que não têm com quem deixar seus filhos, profissionais que têm problemas de horário, pessoas com vários tipos de dificuldades de locomoção, brasileiros morando no exterior com dificuldades de adaptação, indivíduos com timidez, pânico, ou simplesmente, pessoas que tenham curiosidade e queiram saber o que é uma terapia.

Aparecem então 2 questões, a da que a máquina é um equipamento frio e sem emoção, e a questão sobre o sujeito ter alguma problemática como o pânico, fazendo o atendimento em casa se acostumar e se manter no isolamento.

Bem, a primeira questão é uma afirmativa equivocada, pois o que conta é o operador da máquina e não a máquina em si. O Operador é um ser humano, que está utilizando a ferramenta como forma de se comunicar. Quantos deficientes não estão utilizando a informática para poderem realizar tarefas que não lhes era possível?

A segunda questão também é uma distorção, pois com certeza não se teria conhecimento de tantas pessoas com problemas como pânico, timidez, entre outras. Poder fornecer os primeiros procedimentos e fazer com que aos poucos procurem por acompanhamentos mais específicos. Sem falar que pode estar na Internet a porta para muitas pessoas conhecerem seus conflitos e serem encaminhadas para consultórios, mais cedo do que elas iriam, e com menos constrangimento, preconceitos e pré-conceitos.

As teorias de saúde mental são aplicáveis ao meio virtual, com adaptações é claro. Bem como a forma de compreensão do indivíduo também é feita de outra forma. A escrita é ação do cliente e do terapeuta para transmitirem o que desejam, (isso, até o ano que vem, quando chegar a Internet por cabo). Não se pode atender a todos os casos, como também ainda não se poder chegar a todas as pessoas que precisam.

É importante manter a responsabilidade e o profissionalismo. Algumas posturas precisam ser repensadas. Se precisamos nos manter numa leitura corporal complementar, na escuta e na fala, não podemos ter profissionais de saúde mental cegos, surdos e mudos.

A regulamentação dos profissionais que utilizam a Internet já está sendo feita pela ABRAPSMOL, com código de ética e procedimentos técnicos.

Agora fica a critério do cliente, optar pela forma mais adequada de atendimento, bem como o profissional estar ciente dos limites dessa forma de atendimento.

bottom of page