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AGORAFOBIA
Márcia Homem de Mello© - Publicação ABRAPSMOL

Dando continuidade ao artigo sobre Fobia Social do Informativo de número 12, entramos num outro tema que também precisa de esclarecimentos.
A Agorafobia também é um dos transtornos de ansiedade.
A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade que aparece quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar) poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal. A Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer diante da simples possibilidade de ter que participar de determinadas situações. Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas situações, presumivelmente causadoras de Ansiedade. Tais situações podem incluir:
a) - estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;
b) - estar em meio a uma multidão;
c) - viajar de automóvel, ônibus ou avião, ou estar em uma ponte ou elevador.
Alguns indivíduos mais teimosos podem ser capazes de se expor às situações causadoras de Ansiedade agorafóbica, mas enfrentam essas experiências com considerável temor. De um modo geral essas pessoas são mais capazes de enfrentar as situações temidas quando acompanhadas por alguém de confiança. A esquiva ou fuga dessas situações pode prejudicar, de alguma forma, o desempenho sócio-ocupacional do indivíduo.

O DSM-IV recomenda como critérios para o diagnóstico da Agorafobia o seguinte:
1 - Ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um Ataque de Pânico inesperado ou predisposto pela situação, ou sintomas tipo pânico. Os temores agorafóbicos tipicamente envolvem agrupamentos característicos de situações, que incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.
2 - As situações são evitadas (por ex., viagens são restringidas) ou suportadas com acentuado sofrimento ou com Ansiedade acerca de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico, ou exigem companhia.
3 - A Ansiedade ou esquiva agorafóbica não é melhor explicada por um outro transtorno mental, como Fobia Social (por ex., a esquiva se limita a situações sociais pelo medo do embaraço), Fobia Específica (por ex., a esquiva se limita a uma única situação, como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por ex., esquiva à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por ex., esquiva de estímulos associados com um estressor severo) ou Transtorno de Ansiedade de Separação (por ex., esquiva a afastar-se do lar ou de parentes). 
  
O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia, Fobia Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser difícil, uma vez que todas essas condições caracterizam-se pelo afastamento de situações específicas. Clinica e terapeuticamente falando, entretanto, essa dificuldade parece não ter a mínima importância, devido ao fato do tratamento médico-psiquiátrico ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos. 
Uma avaliação mais fina mostra que o agorafobico não teme as situações, mas tem medo de sentir sensações corporais de ansiedade ou crises de pânico. O medo de ter medo é considerado a característica fundamental da agorafobia. O fóbico social pode até ir enfrentar situações, e estar no meio de um grande público, apesar de querer passar despercebido. Já o Agorafobico, não vai se locomover até o local, antecipando as sensações de medo. 
  
TRATAMENTOS 
Além do tratamento farmacológico, tem notado-se que as abordagens terapêuticas comportamentais e cognitivas mostram-se eficaz no controle da ansiedade generalizada, fobia entre outros, justificando-se ainda o uso combinado de tratamento medicamentoso em muitos pacientes com transtornos ansiosos. Não significa dizer que outras linhas de terapia não apresentem resultados, apenas que as linhas citadas aqui são as que têm sido pesquisadas nesse campo até o momento, com resultados significativos. 
O objetivo do tratamento deve ser a remissão completa dos sintomas, através de ajuste adequado da medicação. Sintomas fóbicos e ansiedades antecipatórias persistentes devem ser abordadas pela terapia.

Apresentando os sintomas aqui citados nesses artigos, procure os profissionais da área de saúde mental, especializados nesse tipo de atendimento, que podem indicar o tratamento mais adequado. 
Afinal, quando se tem dor de cabeça, toma-se um analgésico, quando você tem apendicite, é necessário cirurgia, enfim, quando a doença é mental, precisa de profissionais como os psicanalistas, psiquiatras, psicólogos, ... Não existe mais razão para pré-conceitos e preconceitos. 

Bibliografia: 
- Sonhos e Psicodrama Interno – Victor R.C da Silva Dias; 
- Pânico, Fobias e Obsessões - A Experiência do Projeto AMBAN         
- DSM.IV

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