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Essa tal Felicidade
Por: Marcella Brum - Site Bolsa de Mulher

A pergunta que não quer calar: o que é ser feliz? Alguns vão responder que é dar muito beijo na boca. Outros que é receber o abraço das pessoas queridas, e os mais velhos com certeza responderão, sabiamente, que é ter saúde – porque sem ela não se vai a lugar algum. Bom, todo mundo tem sua definição ou receita de felicidade, afinal ser feliz é o que motiva o ser humano a viver e continuar sonhando, na esperança de que o dia seguinte será melhor. Muitos pessimistas devem pensar que ela é um artigo de luxo ou um produto da imaginação coletiva. No entanto, essa tal felicidade, que inspira poetas, leva homens e mulheres aos psicanalistas e faz muita gente chutar o pau da barraca, não se vende, não se empresta e nem se aluga, simplesmente se sente.

Essa indescritível sensação de prazer pleno e absoluto é conhecida como felicidade, e a humanidade tem se dedicado durante toda sua existência a encontrá-la e a decifrá-la. Alguns são mais bem-sucedidos do que outros nessa jornada, mas a persistência é a alma do negócio. Prova disso são diversas teorias sobre ela de pessoas anônimas e de outras nem tanto, mas que correm atrás da mesma coisa. E a única certeza que podemos ter a respeito da felicidade é que cada um pode ter a sua, senão, com tanta gente querendo, o mercado inflacionaria ou ela entraria para a lista de extinção do planeta. “A busca é por momentos e sensação de felicidade. Descobrindo suas necessidades, suas metas, como e quando alcançá-las, saber reconhecer limites, respeitando e se fazendo respeitar, sabendo diferenciar você do outro, é um começo. E nessa busca, cabe a você criar a sua receita e escrever o seu manual, do que é a SUA sensação de felicidade”, sugere a psicóloga e psicodramatista Márcia Homem de Mello.

Suspirando de alívio com essa primeira conclusão que tivemos, devemos acreditar que a felicidade pode estar em qualquer lugar. Quem nunca saiu de casa e acabou topando com ela? Pode ter sido naquele encontro inesperado com o amor da sua vida ou mesmo passageiro – mas que te fez feliz em algum momento – e com aquele amigo que há tempos andava sumido. Parece bobo, mas há quem defenda que a felicidade vem em gotas (lembram daqueles livrinhos?) e colecionar momentos alegres já é um bom começo para se considerar feliz. “Acredito que a felicidade não seja aquela história ‘e foram felizes pra sempre’. Vamos sempre passar ao longo das nossas vidas por fatos ruins, mas temos que saber que vamos passar por alegrias também. E reconhecer isso faz a gente saber o que é ser feliz”, acredita a arquiteta Helena Capri.

A felicidade é no mínimo curiosa – além de procurada, requisitada e perseguida –, pois só ela é capaz de nos fazer rir e chorar pelo mesmo motivo. “Quando estamos muito felizes a sensação nos preenche tanto que transbordamos, parece que vamos explodir. Acho que a definição certa é que não cabemos dentro de nós mesmos de felicidade, por isso não podemos ter essa euforia o tempo todo, o coração não agüentaria”, define o professor Luis Carlos Azeredo. A paisagista Lúcia Canhedo também tem sua tese sobre o que é ser feliz. “Podemos ser felizes a cada dia bem vivido e ficar tristes em outros mal aproveitados ou que foram reservados para as tristezas mesmo. Os momentos de dificuldade servem para darmos valor aos felizes”, afirma ela.

Alegrias e tristezas formam a dobradinha que compõe a vida de qualquer mortal e a felicidade pode estar nas contas do saldo do balanço pessoal. “A felicidade é um sentimento que denota de alguma forma um desejo saciado ou um projeto realizado. E compreender essa sensação é saber individualizar o universo pessoal, pois o que é motivo de felicidade para uns, pode ser de infelicidade para outros”, diz a psicóloga e psicodramatista Márcia Homem de Mello. O assunto é tão subjetivo que ser feliz pode significar infinitas coisas, e elas sempre irão partir de você. “A felicidade é um sentimento que pode se diferenciar em cada instante tendo significados diferentes. Depende de cada um saber que só conta consigo mesmo para realizar seus desejos, vontades e projetos. A procura do autoconhecimento ajuda na transformação de desejos em vontade e da vontade em projeto de vida. É preciso ser responsável pelas próprias escolhas, assumir o sofrimento dos erros e fracassos e saborear o gosto das conquistas e vitórias”, define Márcia Homem de Mello.

A busca pela felicidade é eterna, porque se alguém pára e se dá por satisfeito, certamente, não tem mais o que fazer por essas bandas. Pode chegar um momento de nossas vidas em que ser feliz seja assistir a felicidade de nossos filhos, suas conquistas e seus sonhos se realizando. Afinal, eles desde que nascem fazem isso com a gente, como um dia fizemos com nossos pais, e assim caminha a humanidade. 

Essa tal felicidade
A felicidade foi e sempre será cantada em verso e prosa pelos poetas. No entanto, por mais definições que sejam atribuídas a ela, muita gente ainda se indaga sobre seu real significado. Só uma coisa é unânime: todos querem encontrá-la. 

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