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Games violentos, a polêmica continua
Por: João Magalhães - estadao.com.br

Eles provocam atitudes hostis, dizem seus adversários. Não influem em nada, ao contrário, contêm a agressividade, argumentam seus defensores. Quem tem razão? 
 

São Paulo - Os games violentos podem afetar ou não o comportamento dos adolescentes? A senadora por Washington, Mary Lou Dickerson, autora da lei que proíbe a venda e aluguel de games violentos a menores de 17 anos, não vacila em responder afirmativamente. Ela defende que eles podem intensificar os pensamentos, sentimentos e atitudes hostis por parte da molecada. 
Não é o que pensa, porém, a psicoterapeuta brasileira Márcia Homem de Mello. Ela não crê que games como Counter Strike, Carmageddon, The Thing e Requiem, que jorram sangue para todos os lados, influam na índole de uma criança. "A educação que os pais lhe dão, desde cedo, é que molda o seu comportamento", ela observa. 
Márcia, que atende não só em seu consultório, em Recife, mas também online, acha que os games em pauta até trazem benefícios. Ela refere-se a casos em que eles são jogados por grupos de jovens em uma Lan house. "A garotada aprende a sociabilizar-se, a melhorar a coordenação motora e a raciocinar com rapidez", ela explica. 
Ao lado de Márcia, estão 33 professores de instituições de ensino em todo mundo, incluindo o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e a Universidade de Londres. "Reconhecemos a importância de fantasiar a violência para superar a ansiedade, conter a raiva e a agressividade", eles garantem, em documento distribuído aos meios de comunicação. 
Doug Lowenstein, presidente da A IDSA - Interactive Digital Software Association, organização norte-americana que movimenta 10 bilhões de dólares por ano no setor, acha que a lei, sancionada pelo governador Gary Locke em maio último, e que entraria em vigor a partir de ontem, 27 de julho, é não apenas desnecessária como inconstitucional. 
Protestos semelhantes emergiram em todos os Estados Unidos e surtiram efeito. O juiz federal Robert Lasnik, suspendeu temporariamente a lei. Ele argumentou que os games proibidos contêm diálogos, gráficos e efeitos detalhados e por isso merecem a mesma complacência que os demais tipos de mídia, como livros, músicas e filmes. 
Por aqui, faz tempo que o ministério da Justiça determinou que todos games eletrônicos passassem a ser vendidos com um selo, informando para que faixa etária o produto é recomendado. A classificação é semelhante à existente para filmes e programas de televisão: livre, e recomendado para menores de 12, 14, 16 e 18 anos. 

 

Pesquisa
Em enquete realizada pelo portal estadao.com.br durante o último fim de semana demonstra que as opiniões se dividem também entre os leitores, com ligeira maioria defendendo que os games não estimulam a violência. 56,15% dos leitores que participaram da pesquisa defendem que os games não incutem comportamentos violentos nas crianças e adolescentes. 
A diferença é menor quando a questão é a respeito da proibição da venda de games violentos para menores de idade. 47,26% defendem o controle, contra 52,74% que se dizem favoráveis à liberação. No entanto, quando perguntados se a proibição também funciona dentro de casa, apenas 33,89% responderam que sim, contra 66,11% que afirmam não proibir os filhos de jogar games violentos. Veja abaixo os resultados da enquete.
1. Na sua opinião, games para computadores ou vídeos estimulam a violência, especialmente em crianças e adolescentes? 
Sim : 43.85% 
Não : 56.15% 
  
2. Você é favorável à proibição de venda dessa modalidade de game para menores de idade? 
Sim: 47.26% 
Não: 52.74% 
  
3. Você já proibiu seu filho ou filha de jogar algum tipo de game? 
Sim: 33.89% 
Não: 66.11% 

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