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Emergência Emocional  
De crise no casamento a síndrome do pânico, as psicoterapias breve tratam urgências que não podem esperar por anos de divã  
Por: Andréia Peres Revista Única 03/2001

 

A e-terapia
Prática é, em muitos casos, rápida, a terapia on line também começa a dar seus primeiros passos no Brasil. Criada a cerca de um ano, a Associação Brasileira de Profissionais de Saúde Mental On Line calcula que há no máximo dez psicólogos, psiquiatras e psicanalistas que fazem atendimento psicológico por computador no país.
Segundo Márcia Homem de Mello, psicóloga e psicodramatista do Recife, a e-terapia permite que se chegue ao problema mais rápido, embora a solução nem sempre venha com a mesma velocidade.
Sem o olho-no-olho das terapias tradicionais, o ciberpaciente tem, segundo ela, a falsa impressão de que a tela do computador o protege e é, muitas vezes, mas sincero e honesto on line do que no divã.
O que muda na terapia on line, de acordo com a psicóloga, é a forma de trabalho e não a técnica. "pessoalmente, dá para avaliar, por exemplo, a expressão corporal", compara Márcia. "Na Internet, analisamos o modo de escrever."
As sessões são feitas pelo ICQ, um programa de conversação simultânea, e as consultas são em geral, de uma hora. Os horários são marcados por e-mail, e antes de começar o tratamento, o candidato a paciente preenche um questionário. "Não atendo menores de idade, pessoas com histórico suicida ou de doenças psiquiátricas", diz Márcia.
Polêmica, a terapia on line vem sendo questionada pelo Conselho Federal de Psicologia, em Brasília, que no final do ano passado, regulamentou o atendimento pela Internet. "Assessoria e orientação psicológica e pesquisa são permitidas, mas, para isso, os sites devem estar cadastrados no Conselho", avisa Ana Bock, psicóloga e presidentes do Conselho.
Há, segundo ela, um consenso entre os diversos conselhos regionais de psicologia de que os efeitos da terapia por computador ainda não são conhecidos nem comprovados cientificamente e de que a tecnologia disponível hoje no Brasil ainda não está pronta para garantir um atendimento ético e seguro na rede.
A existência de aventureiros do outro lado da linha também preocupa o Conselho Federal. "Alguns sites chegam a oferecer serviços psicológicos em que o atendimento ficava por conta de pessoas que não eram psicólogos formados", alerta Ana Bock.
Se ainda é cedo para saber do futuro da e-terapia, não se pode dizer o mesmo das novas técnicas de psicoterapia breve. O próprio Conselho Federal não vê problemas na sua aplicação. Pelo contrário. Para sua presidente, elas são "adequadas" ao momento atual. Economizam dois bens valiosos: tempo e dinheiro. 

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