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Ué Acabou?
Por: Carmem Moreira - Site Bolsa de Mulher


O relacionamento já terminou, o cara já está em outra e até você já passou por outras histórias. Mas a esperança ainda está lá, fazendo jus à fama de última que morre, tirando o sossego e alimentando as ilusões de quem ainda não percebeu que, agora, tudo é passado.

Sexta-feira, oito da noite. Telefones no gancho, bateria do celular carregada e ouvidos atentos neles. O vestido? Aquele vermelho super sexy que ele adora. O melhor perfume e a maquiagem perfeita: simples e discreta. Pronta para uma noite incrível, agora é só esperar. Sentada no sofá, televisão ligada: jornal, novela, minissérie... O tempo passa e ele não aparece. Não porque está viajando ou perdeu a hora mergulhado no trabalho. Mas sim porque o relacionamento já não é mais aquele. Aliás, que relacionamento? Essa história já acabou há algum tempo, o recado do ponto final já foi dado e, provavelmente, o cara já está até em outra. E só você não consegue acreditar. 

A publicitária Mariana Mattos vive essa situação há anos e só agora começa a perceber que ele não vai voltar mesmo. "Tivemos um caso muito intenso e apaixonado. Trocávamos declarações de amor, fazíamos planos e, principalmente, éramos amigos e nos divertíamos muito juntos. Enfim, uma relação perfeita, se não existisse uma namorada problemática na vida dele", revela Mariana, que viu todo o estresse provocado por uma vida dupla levar a relação ao fundo do poço. Só que, para sua surpresa, em comum acordo. "Já que ele não conseguia colocar um ponto final no relacionamento com a namorada, que ficasse só com ela. Além disso, acho que ele estava de saco cheio das minhas cobranças e também achou melhor terminar", acredita. 

Mas como a esperança é sempre a última que morre, algumas vezes até bem depois de finada a relação, Mariana acreditava numa mudança. "É claro que esperava que ele pudesse terminar com a namorada e voltar correndo pra mim, arrependido", conta ela. O problema é que, passados cinco anos, a publicitária ainda não acordou. "Até hoje sinto saudades e penso nele quase diariamente. É horrível, pois sei que não sou completamente feliz assim e ao mesmo tempo não vejo uma maneira de reverter essa situação", diz ela, mesmo depois de ter vivido outros relacionamentos.

Situação parecida viveu a analista de sistemas Carolina Almeida, que hoje garante estar curada. O problema começou quando seu primeiro namoro, que durou um ano e meio, chegou ao fim. "Perdi minha virgindade com o Beto e acho que isso mexeu muito com a minha cabeça", lembra. E tanto mexeu que quando o enlace chegou ao fim, Carolina não se conteve. "Fui á casa dele, chorei deitada no colo do pai dele com quem não tinha a menor intimidade, pedi pra mãe dele convencê-lo a voltar pra mim, enfim, joguei com todas as armas que tinha. Como nada disso deu resultado, resolvi mudar de tática", conta. Para tentar reconquistar o ex, ela passou a provocar "encontros casuais", quase sempre desastrosos. "Como tínhamos alguns amigos em comum, não era difícil descobrir para onde ele ia. O problema é que eu acabava vendo ele com outras ou tinha que me conformar com o descaso com que ele me tratava", desabafa. 

Táticas de guerra para reconquistar um ex-namorado quase sempre tem um final desastroso e, na maioria das vezes o melhor mesmo é tirar os soldados do campo de batalha e seguir a vida, em paz. A promoter Carla Pellegrini bem que tentou espantar de vez as lembranças do ex-namorado em uma viagem, mas não foi bem sucedida. "Resolvi passar o Reveillon com duas amigas em Florianópolis para esquecer o tal 'fantasma do passado' e quase caí pra trás quando, no meio de uma noitada, dei de cara com o dito cujo", recorda. Aí, o que era pra ser uma espécie de spa mental se transformou em uma verdadeira tormenta. "O pior foi quando encontrei ele aos beijos com uma garota e, pra provocar, fiquei com o primeiro que chegou em mim e ainda fiz de tudo para que ele me visse", conta. Exagerar na bebida e falar bem alto no meio do barzinho foram as armas usadas pela promoter. "Claro que no dia seguinte o arrependimento bateu e qualquer chance de reconquistá-lo foi por água abaixo", arrepende-se Carla.

Por mais que se diga que o tempo cura tudo, viver durante anos presa ao passado é mais complicado que se possa imaginar. A todo o momento, grandes chances batem á nossa porta e as que não são aproveitadas, infelizmente, nem sempre voltam. Por isso, estar aberta a novas experiências é um fator importantíssimo na conquista da tão sonhada liberdade sentimental. Essa é a chave para a felicidade, para uma relação completa e, principalmente concreta. A psicoterapeuta Márcia Homem de Mello afirma que a maior motivação para ficar presa emocionalmente a um ex-namorado é a idealização de uma relação que não pode ser concretizada. "No mundo imaginário, na fantasia, consegue-se manter o sonho de uma relação perfeita", analisa Márcia, que acredita também que o medo é o grande inimigo de um relacionamento saudável. "As pessoas têm medo de se arriscar, medo de perder e, principalmente, de se relacionar verdadeiramente", aponta. Por isso, neste cruel, arriscado, mas delicioso jogo do amor, está mais do que provado que quem não arrisca, não petisca. 

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