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O quê que o carisma tem?
Por: Maíra Donnici - Site Bolsa de Mulher


Carisma. Palavra simples para um elemento tão abstrato. Variedade de opiniões e sensações. Abrangência de significados inconscientes, porém unanimemente indiscutíveis. Conjunção de fatores físicos, químicos e psicológicos capazes de transformar seus detentores em verdadeiros ímãs sociais. Basta adentrar em qualquer recinto que já são notados, admirados, disputados e até ovacionados, tamanho magnetismo que exercem sobre as pessoas das mais variadas idades, classes sociais e contextos. Mas, afinal, o que é ter carisma?

Uma pergunta difícil de responder. No entanto, apesar da complexidade da definição, é fácil identificá-lo. Políticos, músicos, artistas, esportistas, e demais pessoas públicas, não é preciso muito para concluir que os mais populares são, sem dúvida, os mais carismáticos. Isso porque, mesmo com outros fatores que permeiam o sucesso, essa característica, o famoso brilho, tem grande importância na hora de conquistar as pessoas. A psicanalista Priscila Faria Gaspar considera o carisma uma questão de empatia e identificação. "As pessoas costumam ter desejos e aspirações e, geralmente, o carisma está ligado á concretização deles. Ou seja, a pessoa carismática espelha o ideal de outros, materializa os desejos de determinada sociedade, variando de grupo e cultura. Ele está sempre associado a algum valor, como a capacidade de liderança, a bondade, a beleza”, explica a psicanalista.

Claro que não é só por um conjunto de capacidades que uma pessoa passa a atrair a atenção e admiração dos outros. Para tal, é preciso cultivar quem se encontra á volta. “Pessoas carismáticas permitem que os outros se identifiquem com ela", diz Priscila Gaspar. A psicóloga e psicodramatista Márcia Homem de Mello acredita que o carisma representa uma característica qualquer. “Muitas vezes, o carisma está ligado a fatores religiosos, crenças. Mas, no geral, é um conjunto de qualidades positivas que destaca alguém dentre os demais. É como se algumas pessoas conseguissem transmitir mais energia, entusiasmo, confiança, bom humor, harmonia, comunicação e sociabilidade”, opina ela, que acrescenta que muitos líderes prosperam por possuírem essa capacidade. “A união de algumas qualidades faz com que as pessoas admirem, se sintam seduzidas, seguidoras, mais motivadas. É uma empatia que muitos artistas exercem sobre o público, por exemplo”, coloca Márcia.

Não é á toa que tantos vêem o carisma um dom. O talento de influenciar pessoas e até de se promover por meio dele. Ao mesmo tempo em que, se bem usado, leva ao longe, a ausência pode significar um freio, um problema para quem não nasceu com o tal brilho. Não nasceu? De fato, é complicado responder se trata de algo inato. “Tem a ver com a questão da personalidade da pessoa, sim. Mas isso pode ser mudado. Uma pessoa mais depressiva pode ser introvertida e trabalhar isso”, avalia Priscila Gaspar. Uma boa notícia, que Márcia Homem de Mello também assina embaixo. “Notamos que existem bebês e crianças que já são mais carismáticas do que as outras. Porém, não significa que quem não é, não possa vir a ser”, alega ela.

Sílvio Santos, Ayrton Senna, Princesa Diana, Jacqueline Kennedy Onassis. Mesmo havendo quem não concorde com suas idéias ou algum aspecto de suas vidas públicas, não há como discutir que as pessoas acima são exemplos de carisma. Provavelmente, eles não precisaram trabalhar para desenvolver o lado carismático. Só que existe quem se esforce para esse fim. E quem jure que as tentativas são válidas. “É comum a gente reencontrar alguém depois de muito tempo e notar que a pessoa está mudada, com um brilho no olhar”, afirma Márcia Homem de Mello, recomendando que, para cativar quem está á volta, é preciso mudar a postura diante da vida e das pessoas. “Carisma não é algo que se tem ou não. Ás vezes, ele é abafado pela insegurança e falta de auto-estima. Assim, é necessário, acima de tudo, confiar em si mesmo”, opina Priscila Gaspar. Sem exagerar na dose de confiança, obviamente.

E parece que ela tem mesmo razão. É só parar para pensar um pouco e ver que nenhuma das pessoas consideradas carismáticas exprimem tristeza, raiva ou outro sentimento negativo quando estão em público. “O sorriso é marcante nos carismáticos. Você já viu algum deles mal-humorado? Os carismáticos não ficam se lamentando, cultivando mágoas e rancores, pensando em vinganças”, analisa Márcia. Depois de todas essas definições e, sobretudo, dos conselhos, parece que há uma esperança. Então, se você não se considerava uma pessoa carismática, agora já pode projetar a luz do fim do túnel para si própria. Quem sabe a próxima celebridade não será você?

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